Mitos e Verdades sobre o micro-ondas
Esquentar alimentos instantâneos,
descongelar carnes para pratos mais complexos ou estourar um pacote de pipoca
antes de assistir a um filme. Você utiliza o forno de micro-ondas para diversas
atividades gastronômicas do seu dia a dia, mas dificilmente conhece a fundo
esse aparelho. Com o alto número de informações na internet, fica difícil saber
o que realmente é verdade e o que não passa de uma lenda disseminada para
diminuir o uso do eletrônico. Vamos ler esta seleção especial com diversas
situações relacionadas ao aparelho, para que você conheça a fundo um dos
responsáveis por deixar suas refeições quentinhas e próprias para consumo.
A tecnologia nasceu no meio militar - O
que hoje serve para aquecer quase qualquer tipo de comidas e até bebidas foi
devidamente usado para isso nos momentos finais da Segunda Guerra Mundial, mais
precisamente após o ataque japonês a Pearl Harbor, em 1941.
O inventor foi o cientista Percy
Spencer, que trabalhava em uma fábrica de radares que emitiam as tais
micro-ondas para detectar a presença inimiga. Ao perceber que um alimento que
ele carregava no bolso começou a aquecer com o calor, veio a ideia de criar um
aparelho específico para essa função. Poucos anos depois, em 1947, surgia o
primeiro forno micro-ondas como o conhecemos.
O aquecimento retira os nutrientes dos
alimentos - Qualquer alimento que
receba fortes quantidades de calor tem sua química alterada com o tempo,
incluindo aí a perda de alguns nutrientes. Mas isso não é restrito aos
micro-ondas, acontecendo também em panelas, churrasqueiras ou fornos elétricos.
Os estudos na área, entretanto,
são escassos, fazendo com que muitas informações falsas circulem pela internet
afirmando que o aparelho é um inimigo da alimentação saudável. O que ocorre é
justamente o contrário: ele é um dos equipamentos que mais retém vitaminas e
outras substâncias.
Além disso, essa perda não é
instantânea, mas segue o tempo de aquecimento a que os alimentos são
submetidos: quanto mais tempo lá dentro, mais nutrientes “morrem”. O ideal é
sempre consumir qualquer tipo de comida em seu estado normal ou, no máximo, sem
requentá-lo.
O problema das ondas de radiação - Outro mito sobre o aparelho também precisa ser
desfeito: os alimentos não são capazes de absorver as micro-ondas emitidas pelo
forno. Sua única função é a de aquecer seja lá o que estiver no interior do
forno ao agitar as moléculas de água presentes em sua composição, e o calor é a
única coisa que se mantém no processo após o desligamento do aparelho.
Ao cortar a emissão de ondas,
elas imediatamente desaparecem, sem deixar qualquer vestígio no objeto
aquecido.
E para fora do forno - Em condições normais, o fato de que as
micro-ondas possuem níveis inseguros de radiação eletromagnética, e que ela
escapa para fora do forno e atinge os usuários, também não passa de um mito.
Da mesma forma que as polêmicas
envolvendo baterias e telefones celulares, entretanto, não há um estudo
completo que prove a total inocência do aparelho em relação à saúde. As ondas
que podem escapar do micro-ondas são regulamentadas pelo órgão administrador de
alimentos e medicamentos dos Estados Unidos como, muito abaixo de um nível
considerado perigoso para machucar pessoas.
Apesar disso, uma série de
medidas deve ser tomada pelos fabricantes, como a produção de portas espessas e
mais de um sistema de travamento para evitar o vazamento das ondas. Caso você
deseje tomar ainda mais cuidado, outra dica é manter-se afastado do aparelho
enquanto ele esquenta algo.
Se o aparelho já for velho ou
estiver danificado, vale a pena levá-lo a uma assistência técnica para testar
se há algum vazamento de radiação. Caso o aparelho seja novo ou não apresente
problemas, não há motivos para preocupações.
O aquecimento de cada dia - Ao esquentar um alimento, note que ele está
inteiro, fechado e girando dentro de uma caixa, que, teoricamente, deveria
aquecê-lo por completo. Em vários casos, entretanto, é possível notar que
alguns pontos da comida parecem menos quentes, como se não tivessem sido
atingidas corretamente pelas ondas de calor. Isso ocorre porque as ondas do aparelho
não são homogêneas, sendo propagadas em intensidades diferentes em alguns
pontos.
De dentro para fora ou de fora
para dentro - Apesar do processo de funcionamento do forno micro-ondas ser o de
agitar as moléculas de água do interior dos alimentos, o que ocorre ao você
apertar o botão de início é exatamente o contrário.
O aquecimento começa nas camadas
mais externas da comida, agitando as primeiras moléculas, que movimentam as que
vêm imediatamente depois e, consequentemente, transferindo o calor recebido
para as demais partes do alimento.
Nesse caso, o aparelho não é
ideal para esquentar grandes pedaços de carne, por exemplo, pois ele pode não
ser capaz de penetrar em todo o interior do alimento, deixando áreas frias ou
cruas, com o risco de bactérias ainda estarem presentes nesses pontos.
Vidros, plásticos e metais: segurança ou
perigo - Essa é uma pergunta que
exige uma divisão, pois depende da composição do material. O vidro é
conhecidamente um material de fácil aquecimento, por exemplo, podendo atingir
temperaturas perigosas para ser manuseado com as mãos, correndo o risco até de
partir-se dentro do aparelho. O mesmo ocorre com pratos e outros objetos de
cerâmica.
Já os metais são materiais que
não absorvem tanto as micro-ondas emitidas, portanto são considerados mais
seguros por aquecerem menos. Em casos extremos, como alta potência ou muito
tempo lá dentro, pode ocorrer a produção de faíscas, especialmente em materiais
mais finos.
Com o plástico, ocorre um
processo diferente: há tipos específicos que são recomendados para uso, pois
suportam a radiação emitida. Eles são geralmente designados por um símbolo que
não é reconhecido oficialmente, composto por três ondas, uma acima da outra.
De resto, mantenha qualquer outro
plástico fora do alcance do aparelho, pois o aquecimento dele pode liberar no
alimento o chamado Bisfenol A, uma substância que compõe algumas embalagens e
que, em altas doses, é considerada tóxica.
Aquecimento de líquidos - Outra história bastante divulgada é que a água
pode explodir se aquecida em um forno micro-ondas. Sob algumas condições,
acredite: isso pode ser verdade. O fenômeno ocorre graças ao superaquecimento
do líquido, que não forma as bolhas que indicam que a temperatura chegou aos
100 °C.
Desse modo, retirar a vasilha e
movê-la bruscamente ou adicionar um material como pó de café, por exemplo, faz
com que a formação de bolhas ocorra de forma atrasada (sob uma temperatura bem
maior) e de maneira mais precipitada, desencadeando a ação de digamos,
explodir.
Por isso, evite esquentar
recipientes que contenham apenas água, adicionando sempre algum objeto como uma
colher de madeira, por exemplo, para repartir o calor emitido pelas
micro-ondas.
Com óleos em geral, como o
popular azeite de oliva, ocorre exatamente o contrário: ele não esquenta de
forma satisfatória, pois suas moléculas não possuem a mesma facilidade de
excitação como as de água. Seguindo o mesmo processo, alimentos mais secos
também não são muito indicados, sendo preferível optar por outros aparelhos,
como as panelas.
Isso também serve para as
próprias pessoas, por termos quantidades excessivas de água em nossa
composição, “esquentar” um ser humano em um forno micro-ondas causaria
resultados catastróficos.
A partir de agora, olhe para seu
forno micro-ondas de um jeito diferente. Pense em todo o tempo que ele poupa ao
esquentar seus alimentos com eficiência e preparar refeições instantâneas, além
da simplicidade que ele traz à cozinha mesmo para pessoas que não possuem
grandes habilidades gastronômicas. Além disso, ele pode ser declarado inocente:
a segurança de aparelhos novos ou em bom estado é garantida e são poucos os
cuidados necessários para utilizá-lo sem danos ao corpo ou ao seu jantar.
Fonte: Site Tecmundo
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