CAATINGA


No dia em que se comemora a importância desse bioma, é importante sensibilizar a sociedade sobre a situação de crescente degradação do solo no semiárido.
A Caatinga é hoje uma das regiões mais ameaçadas do globo pela exploração predatória. As áreas protegidas ocupam apenas 2% do Semiárido Brasileiro, e a maioria delas não está na Caatinga. As principais causas da degradação ambiental no bioma são a caça, as queimadas e o desmatamento para retirada de lenha. No Nordeste, mais de 30% da matriz energética tem como base a lenha, e a grande maioria da madeira vem de áreas sem planos de uso sustentável.
O trabalho de educação para a convivência com o semiárido deve ter como um dos focos prioritários a educação ambiental, contribuindo para que as crianças e os jovens conheçam a caatinga, suas belezas e diversidade, bem como compreenda sua importância na política de convivência com o semiárido. São a partir das pequenas ações desenvolvidas nas escolas que iremos fomentar a produção de uma nova cultura de convivência com o semiárido, baseada no princípio da preservação, do uso racional e sustentável dos recursos naturais e da implementação de novas relações entre os seres humanos e destes com a natureza.
O Dia Nacional da Caatinga é comemorado em 28 de abril. A Caatinga é um sistema ambiental exclusivamente brasileiro (e nordestino!). Isso significa que grande parte do seu patrimônio biológico não pode ser encontrado em nenhum outro lugar do Planeta. Por ser tão singular e tão genuinamente nossa, a Caatinga merece ser celebrada e, principalmente, preservada.
O Dia Nacional da Caatinga foi instituído em 2003, por meio de decreto presidencial, sendo o dia 28 de abril escolhido por ser a data de nascimento do professor, engenheiro agrônomo e ecólogo pernambucano, Vasconcelos Sobrinho, um pioneiro na área dos estudos ambientais no Brasil, que é considerado uma das maiores autoridades em ecologia da América Latina.
A Caatinga
A caatinga ocupa uma área de cerca de 844.453 quilômetros quadrados, o equivalente a 11% do território nacional. Engloba os estados Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Sergipe e o norte de Minas Gerais. Rico em biodiversidade, o bioma abriga 178 espécies de mamíferos, 591 de aves, 177 de répteis, 79 espécies de anfíbios, 241 de peixes e 221 abelhas. Cerca de 27 milhões de pessoas vivem na região, a maioria carente e dependente dos recursos do bioma para sobreviver.
A caatinga tem um imenso potencial para a conservação de serviços ambientais, uso sustentável e bioprospecção que, se bem explorado, será decisivo para o desenvolvimento da região e do país. A biodiversidade da caatinga ampara diversas atividades econômicas voltadas para fins agrosilvopastoris e industriais, especialmente nos ramos farmacêutico, de cosméticos, químico e de alimentos.
Sinal de alerta
Apesar da sua importância, o bioma tem sido desmatado de forma acelerada, principalmente nos últimos anos, devido principalmente ao consumo de lenha nativa, explorada de forma ilegal e insustentável, para fins domésticos e indústrias, ao sobrepastoreio e a conversão para pastagens e agricultura. Frente ao avançado desmatamento que chega a 46% da área do bioma, segundo dados do Ministério do Meio Ambiente (MMA), o governo busca concretizar uma agenda de criação de mais unidades de conservação federais e estaduais no bioma, além de promover alternativas para o uso sustentável da sua biodiversidade.
QUESTÕES URGENTES
Visto ser dia 28 de abril a celebração do dia nacional da caatinga, que possamos aproveitar essa data para refletirmos sobre as ações educativas que podemos desenvolver para ampliarmos as ações de preservação e revitalização da caatinga no semiárido, tendo em vista a riqueza de sua biodiversidade e sua importância na garantia da vida no sertão. Mas algumas perguntas valem ser sugeridas e deixadas para analise:
1 - Como tem sido inserido o tema conservação e uso sustentável dos solos nas ações governamentais e não governamentais?
2 - No Semiárido brasileiro, existem iniciativas bem-sucedidas ligadas à conservação e uso sustentável dos solos? Em caso afirmativo, como elas têm subsidiados à formulação de políticas públicas e ações não governamentais?
3 - Como comunicar/sensibilizar apropriadamente a sociedade sobre a situação crescente de degradação e perda do solo?
4 - Como mobilizar a sociedade em torno do uso e conservação do solo?
Essas perguntas precisam de respostas urgentes e de pessoas com sensibilidade e respeito por estas áreas e regiões, pois somente assim serão conservadas.
 
Fonte: Instituto Agropolos e Luiz Henrique Lopes

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