Saneamento Básico - Brasil ocupa 11ª posição na América Latina
Metade da população brasileira
não conta com coleta de esgoto e apenas um quarto dela vive em localidades com
tratamento dos dejetos, segundo estudo divulgado na quarta-feira 16 de março
2016, pelo Instituto Trata Brasil. O “Ranking do Saneamento nas 100 Maiores
Cidades” foi feito com base em dados do Sistema Nacional de Informações sobre
Saneamento, do Ministério das Cidades, relativos a 2014, e mostra que mais de
35 milhões de brasileiros ainda não recebem água tratada.
De acordo com o Instituto Brasil,
o país ocupa a 11ª posição entre 17 países analisados pela Comissão Econômica
para a América Latina (Cepal), estando atrás da Bolívia, Peru, Uruguai,
Equador, Venezuela, Chile, México, Argentina, Colômbia e Costa Rica.
Nos últimos cinco anos, entre
2010 e 2014, 64% das cidades ampliaram os investimentos em até 29% da
arrecadação e apenas 36% delas investiram acima dos 30% arrecadados nesse
período. O valor relativo à soma das 20 cidades que mais investiram, em 2014,
atinge R$ 827 milhões, quantia bem abaixo do montante arrecadado ( R$ 3,8
bilhões). Na média dos últimos cinco anos, foram investidos R$ 188,24 milhões,
o equivalente a R$ 71,47 por habitante.
Em nota, o presidente executivo
do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos, manifestou que “a preocupação é que
os avanços em saneamento básico não só estão muito lentos no país, como cada
vez mais concentrados onde a situação já está melhor. Estamos separando o
Brasil em ilhas de estados e cidades que caminham para a universalização da
água e esgotos, enquanto que uma grande parte do Brasil simplesmente não
avança”. Ele alertou que, em consequência, a população fica mais vulnerável às
doenças.
Na lista das dez cidades com a
pior condição na coleta de esgoto, duas não têm nenhum tipo de atendimento do
gênero: Ananindeua e Santarém, no estado do Pará. Ainda nesse estado aparece
Belém, onde os serviços atendem apenas 12,7% da população.
As demais cidades são: Rio
Branco, no Acre, com 21,23% da população atendida; Juazeiro do Norte , no Ceará
(21,1%); Teresina, no Piauí (19,12%); Manaus, no Amazonas (9,9%); Jaboatão dos
Guararapes, em Pernambuco (6,59%); Macapá, no Amapá (5,54%) e Porto Velho, em
Roraima (2,04%).
Já em sentido oposto, dos dez
municípios com a melhor situação, metade fica no estado de São Paulo, sem
contudo, incluir a capital paulista: Franca, com 100% de atendimento;
Piracicaba, com 99,95%; Santos, com 98,54%; Ribeirão Preto, com 98,5% e Santo
André, com 98%%. Três são de Minas Gerais: Belo Horizonte (100%); Contagem
(99,66%) e Uberaba (98%). As demais são: Curitiba, no Paraná com 99,18% e Volta
Redonda, no Rio de Janeiro, com 98,96%.
Em relação ao tratamento de
esgoto, entre as dez piores, três estão no estado de São Paulo: Bauru (3,75%);
Itaquaquecetuba (3,68%) e Mauá (2,69%). Em metade do grupo, não existe nenhum
tipo de tratamento: Ananindeua, Santarém, Porto Velho, São João do Meriti e
Governador Valadares. Em Nova Iguaçu, o número é bem pequeno (0,05%), e em
Belém do Pará (2,25%).
Sobre o acesso à água potável, o
levantamento aponta para as 20 cidades com a melhor situação e cobertura total:
Belo Horizonte; Campina Grande; Ribeirão Preto; João Pessoa; Curitiba; Canoas;
Porto Alegre; Santos; são Bernardo do Campo; Diadema; Carapicuíba; Uberlândia e
Florianópolis. Já as dez piores são: Ananindeua (26,89%); Porto Velho (31,43%;
Macapá (36,92%); Santarém (45,34%); Rio Branco (50,21%); Caucaia (67,58%);
aparecida de Goiânia (70,7%); Jaboatão dos Guararapes (73,19%); Gravataí
(75,21%) e Belford Roxo (80,05%).
Fonte: Agência Brasil
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