Preservação ambiental ou humana
Sempre que escrevo sobre atitudes
para praticar a favor do meio ambiente, fico pensando: estamos ajudando o meio
ambiente ou estamos nos ajudando? Pela lei natural dos fatos, somos dependentes
do meio e apenas interferimos a favor ou contra a natureza, mas ela não depende
de nós, pois somos parte dela.
Muito antes de estarmos no
planeta Terra, a natureza já estava presente (e diga-se de passagem, muito bem
sem a presença humana). Outras espécies dominantes passaram por aqui (exemplo:
dinossauros, que já não existem mais), e o verde continuou com seu esplendor.
Comprovadamente, a natureza
sempre procura manter certo equilíbrio entre todas as espécies, tal como
exemplo as cadeias tróficas, onde um determinado tipo de animal depende de
outro para seu desenvolvimento e preservação da espécie, começando pelos de
menor porte até os maiores, permitindo um controle populacional e
consequentemente um controle do consumo de recursos naturais e tempo para
absorção e reposição dos mesmos.
Na verdade, tudo começa e termina
em um grande ciclo fechado e harmônico, onde os seres produtores de alimentos
(autótrofos - dotados de clorofila), conseguem sintetizar sua “comida”,
posteriormente sendo ingeridos por animais (seres heterótrofos - que não
produzem seu próprio alimento) em diferentes níveis tróficos, e estes quando
morrem, são decompostos por micro-organismos, fazendo com que elementos usados
pelos autótrofos estejam disponíveis novamente para eles, formando um ciclo de
nutrientes.
Quando pensamos em seres humanos,
onde nos encontramos neste ciclo? Nós ingerimos tanto seres autótrofos
(exemplo: alface e tomate) como seres heterótrofos (exemplo: peixe e vaca),
mas, e nossos predadores naturais? Quem controla nosso número populacional? E o
consumo de recursos naturais, como fica?
Em alguns estudos de ecologia a
espécie humana é vista como uma praga, pois vai devorando tudo o que encontra
(deixando um rastro de destruição para trás, como famintos gafanhotos, partindo
para novas áreas em busca de recursos quando uma região já está esgotada),
porém sem um predador natural para seu controle (no caso dos gafanhotos,
existem diversos predadores naturais, tais como as aranhas, corujas e morcegos,
dentre outros).
Olhando por esse lado, voltamos à
questão: Quem ajuda quem? Ajudamos o meio ambiente por acharmos sermos
superiores, por uma questão meramente ética, por sermos
"inteligentes", mas sem comprometimento com nossas vidas... ou
ajudamos a nós mesmos, pois com a falta de recursos naturais teremos sérios
problemas, faltará alimento, não teremos água potável, o clima afetará nossas
vidas de forma nociva, doenças surgirão em níveis alarmantes e outras
consequências negativas?
Quem está se ajudando?
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