Urbanização


Em conflito com a obrigatoriedade de preservação da qualidade hídrica de mananciais, a ocupação urbana promove o crescente desmatamento e a impermeabilização do solo. O resultado disso se traduz no assoreamento de rios e córregos com a frequência ainda maior de cheias e inundações, que atingem exatamente os estratos mais pobres da população.
As funções ecológicas das áreas verdes urbanas auxiliam na prevenção, minimização ou reversão da degradação do ambiente. Há duas abordagens para a recuperação ambiental das cidades.
Tratamento de espaços individuais – envolve várias soluções, como correção dos processos já instalados e tratamento da áreas marginais nas cidades: estações de tratamento de água ou esgoto, lixões, aterros sanitários, vazios urbanos, pedreiras abandonadas, favelas.
Tratamento geral – organização de um sistema de áreas verdes que concentre as funções de melhoria da qualidade do meio e a recuperação de áreas degradadas.
Exemplos de recuperação ambiental
Conforto Microclimático = Revegetacão de áreas inertes e Sombreamento
Controle de poluição atmosférica = Barreiras vegetais
Controle de poluição sonora = Barreiras vegetais
Regularização hídrica = Recuperação de fundo de vales e Revegetação de áreas impermeáveis
Controle de poluição hídrica = Recuperação de fundos de vale e Revegetação de áreas impermeáveis
Estabilidade do solo = Contenção de encostas e Contenção da erosão laminar
Controle da poluição edáfica = Revegetação com espécies apropriadas
Controle da redução da biodiversidade = Regeneração natural ou induzida da vegetação
Controle de vetores = Restauração de habitats de espécies faunísticas predadoras de vetores
Conforto ambiental nas edificações = Revegetação de áreas inertes e Sombreamento
Controle da poluição visual = Barreiras vegetais e Tratamento paisagístico
Saneamento ambiental = Recuperação de áreas de mananciais e Revegetação de áreas impermeáveis
Conservação de energia = Sombreamento e Produção de biomassa
Etapas da recuperação/revegetação nas encostas urbanas
A ocupação urbana desordenada destas encostas praticamente elimina a vegetação arbórea existente, provocando significativos impactos. Apresenta como fator de correção a recuperação florestal, não só pelos seus custos, como também pelos atributos inerentes a uma floresta.
Construção de aceiros: esta operação constitui em uma capina manual, em faixa de 3 metros de largura e no entorno de cada área a ser revegetada. O material capinado é removido e espalhado para o interior da área de plantio, de modo a deixar completamente limpa a faixa do aceiro.
Roçada manual: para reduzir a vegetação inicial, de modo a facilitar o coveamento e reduzir a competição inicial das mudas.
Combate às formigas cortadeiras: formicidas macro e micro granulados, na razão de 10 g/m2.
Coveamento/espaçamento/adubação: covas feitas manualmente com 0,30 x 0,30 x 0,30 m. Espaçamento de 2,0 x 2,0 m. Adubação de 200 g/cova de superfosfato simples e feita com copos medidas e colocada diretamente nas covas antes do plantio.
Forma de plantio/replantio: o replantio feito até 120 dias após o plantio. Manutenção: tratos culturais - conservação de aceiros, controle de formigas, roçadas manuais e coroamento ao redor das mudas. A manutenção segue por 3 anos. A partir daí, o sistema começa a apresentar mecanismos de auto sustentação.
Deve ser considerado que as leguminosas florestais, principalmente do gênero Acacia, Albizia, Cassia, Mimosa, Leucaena e Sesbania, são um sucesso na colonização inicial e conseguem, juntamente com tratos culturais, acabar com o capim colonião, controlar os processos erosivos e contribuir efetivamente para a recuperação da função ecossistêmica. 

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