Emissões de gases de efeito estufa e os desastres ecológicos


Atualmente o aumento do consumo de veículos está correlacionado com o aumento de consumo de combustíveis de origem fóssil e as emissões de gases de efeito estufa (poluentes) na atmosfera terrestre. Ao longo deste capítulo faremos uma breve descrição do ciclo de vida desses meios de transporte, percorrendo desde os impactos da escavação das jazidas de matérias-primas utilizadas em sua fabricação, até a produção do alumínio, aço e ferro necessários para sua manufatura. De acordo com os cálculos feitos por uma força-tarefa denominada Controlled Hydrogen Fleet and Infrastructure Demonstration and Validation Project, liderada pelo NREL e publicada pela Associação Nacional de Hidrogênio, nos Estados Unidos, as estimativas de custos escondidos para uma economia dominada por veículos à gasolina são:
POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA URBANA = 80 bilhões de dólares por ano.
CUSTOS À SOCIEDADE = 700 bilhões de dólares por ano.
Os desastres ecológicos mundiais tornaram os debates sobre os gases de efeito estufa uma prioridade de diversos chefes de estado, principalmente na União Europeia. Com isso, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP15), que ocorreu entre 07 e 18 de dezembro de 2009, ganhou visibilidade. Se voltarmos na história para o começo da Era da Industrialização, onde foi criado o primeiro motor a vapor de condensação, e compararmos os níveis de dióxido de carbono (CO2) daquela época, que eram em torno de 280 partes por milhão (ppm), com os níveis atuais de 375 ppm, pode-se notar que quase 70% desse aumento ocorreu desde a década de 1950.
As emissões de gases de efeito estufa (GEE)
Os gases de efeito estufa que ocorrem na Terra naturalmente incluem o vapor d’água, o dióxido de carbono (CO2), o ozônio metano (CH4), o óxido nitroso (N2O) e (O3). Há também diversos gases que não têm um efeito direto no aquecimento global, mas afetam indiretamente a absorção da radiação terrestre ou solar, influenciando a formação ou destruição de gases com efeito de estufa, incluindo o ozônio troposférico e estratosférico. Estes gases incluem o monóxido de carbono (CO), os óxidos de azoto (NOx) e os compostos orgânicos voláteis não CH4. Os aerossóis de emissões de carbono, que são partículas extremamente pequenas, ou gotículas de líquidos, tais como as produzidas pelo dióxido de enxofre (SO2), também podem afetar as temperaturas terrestres devido a suas características de absorção da atmosfera.
O Protocolo de Quioto e o acordo para reduções de emissões de gases de efeito estufa
As regras para a implementação do Protocolo de Quioto foram aprovadas durante a COP 7 Convenção das Nações Unidas sobre o Quadro das Alterações Climáticas (UNFCCC) em Marrakesh, em 2001, e são chamadas de “Acordos de Marrakesh”. A principal característica do protocolo é estabelecer metas obrigatórias para 37 países industrializados e a comunidade europeia para reduzir gases de efeito estufa (GEE), reconhecendo que os países desenvolvidos são os principais responsáveis pelos atuais níveis elevados de emissões de GEE na atmosfera, como resultado de mais de 150 anos de atividade industrial.
Com essa premissa, o protocolo impõe uma pesada carga sobre as nações desenvolvidas sob o princípio de “responsabilidades comuns mas diferenciadas”. O objetivo principal é reduzir uma média de 5% dos níveis de gases de efeito estufa de 1990 durante o período de cinco anos (2008 – 2012). A principal distinção entre o Protocolo de Quioto e a Convenção (UNFCCC) é que, enquanto a Convenção encorajou industrializados para estabilizar as emissões de GEE, o Protocolo obriga os países a fazer a redução.
Emissão de CO2
O clima terrestre está em estado constante de mudança e, assim, a questão das alterações climáticas é muito mais importante e complexa do que parece. A Convenção das Nações Unidas sobre o Quadro das Alterações Climáticas (United Nations Framework Convention on Climate Change – UNFCCC) se refere a duas vertentes: a primeira relativa às mudanças climáticas e a segunda às alterações climáticas. Note-se que a Convenção das Nações Unidas sobre o Quadro das Alterações Climáticas, a UNFCCC, faz uma distinção entre "mudanças climáticas", atribuídas a atividades humanas que alteram a composição atmosférica, e "variabilidade climática" atribuída a causas naturais. Essa organização define em seu artigo 1.º, mudanças climáticas, como as mudanças atribuídas direta ou indiretamente às atividades humanas que alteram a composição da atmosfera global e que e contrastam com as flutuações naturais de clima catalogadas por cientistas durante os últimos séculos (períodos comparáveis).
A mudança climática refere-se a uma variação estatisticamente significativa à média do clima ou de sua variabilidade, persistindo por um período extenso (tipicamente décadas ou mais). A mudança climática pode acontecer devido a processos internos naturais ou forças externas, ou a mudanças atípicas persistentes na composição da atmosfera ou do uso da terra. 
Tais mudanças estão diretamente correlacionadas aos níveis de dióxido de carbono na atmosfera, pois ele é o gás com efeito estufa dominante pelo volume emanado diariamente. Em 2000, por exemplo, pouco mais de 6 bilhões de toneladas de carbono foram emitidos para a atmosfera na forma de dióxido de carbono (CO2). Se essas emissões continuarem a seguir a mesma trajetória, nos próximos 40 anos, a média das emissões irá duplicar para 12 bilhões de toneladas por ano. Com isso, os níveis de carbono na atmosfera terão atingido quase o triplo dos níveis de 1760, o ano da criação do primeiro motor movido a vapor de condensação.
Implicações de gases e a saúde pública
Respiramos em média 10 m3 de ar por dia numa existência mediana respiraríamos 270.000 m3 de ar durante a vida. Considerando se o peso específico do ar (puro) nas CNTP de 1,29 kg/m3, por dia ingerimos em peso em torno de 3 vezes mais ar do que o líquido que bebemos e a comida com que nos alimentamos. Em geral só damos a devida importância a este fato quando a nossa saúde e principalmente os pulmões se ressentem.
Esta é uma outra vertente negativa das emissões gasosas nocivas a ser considerada, além da faceta do meio ambiente. No Japão e Alemanha onde as políticas verdes (pró-business) já existem a décadas, tanto a indústria quanto a população se beneficiaram exponencialmente das melhorias na qualidade do ar. Ambos países seguem parâmetros ainda mais rígidos do que os de controle recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). E os dados coletados pelo ministério da saúde destes países, comprovam a forte correlação entre à adoção de medidas para despoluição e as reduções na concentração de CO no sangue da população.
A exposição ao Monóxido de Carbono pode causar dor de cabeça, fadiga, rinite alérgica, efeitos cardíacos diversos como uma diminuição da capacidade de se locomover e exercitar. Já a exposição ao Dióxido de Enxofre (SO2) causa tanto doenças respiratórias como o agravamento de doença cardiovascular já pré-existente. Sem legislações adequadas estaremos fadados a atrelar os nossos parques industriais e empresas ao ciclo de emissão de gases poluidores e a dependência em matérias primas de alto teor poluidor que prejudica a saúde da população de forma invisível.
A exposição prolongada ou moderada a altas concentrações de dióxido de carbono pode causar acidose e efeitos adversos tanto no metabolismo do cálcio quanto do fósforo, resultando em aumento dos depósitos de cálcio em tecidos moles. O dióxido de carbono também é considerado tóxico para o coração e causa diminuição da força de contração. 

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